Autor | Homero Santiago |
Edição | 2ª Edição | Jan/2021 |
Peso | 550 gramas |
Dimensões | 22x15x2cm |
Páginas | 446 páginas |
Nos textos aqui reunidos, o professor de filosofia da USP Homero Santiago explora um campo situado entre servidão e liberdade.
A partir da pergunta de Espinosa retomada por Deleuze e Guattari – por que lutamos por nossa servidão como se lutássemos por nossa liberdade? –, o livro compreende servidão e liberdade como essencialmente correlativos e avessos a qualquer sentido absoluto: servidão remete a impotência, liberdade remete a potência; ora uma predomina, ora outra. Aqui aparece o problema ético fundamental: como passar de uma situação de predomínio da primeira para o predomínio da segunda?
Um cartão-postal de Nietzsche é mote para ressaltar e analisar alguns aspectos do espinosismo que, embora longe de serem inéditos, servem para desacreditar a compreensão e, sobretudo, a louca pretensão de um enfrentamento intelectualista da servidão. Esta não se combate só pelo saber, está enraizada em nosso próprio ser: aquilo mesmo que pode nos tornar livres é capaz de nos fazer servos e vice-versa. Em meio a Espinosa, Nietzsche e Antonio Negri, o livro trata do problema do possível, delimitando seu lugar no interior de um determinismo radical (o espinosano) e tateando suas implicações. O possível, como uma espécie de perspectiva que torna factível o trânsito entre servidão e liberdade, descortinando, assim, o campo próprio da ação humana, especialmente a política.
A partir de temas recorrentes em nossa realidade social e na situação brasileira recente – a polícia e seu pendor à violenta obediência abstrata, o papel do Estado, o dinheiro e a liberdade – o apelo às experiências tem a função de alargar as possibilidades de se pensar e aplicar os conceitos de servidão e liberdade.
Clique aqui para ler um trecho do livro
Homero Santiago nasceu em 1973 na cidade de São Paulo. Fez graduação (1997), mestrado (2001), doutorado (2004) e livre-docência (2012) no Departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo, onde é professor de História da Filosofia Moderna; realizou estágio de pós-doutorado na Università degli Studi di Milano-Bicocca. Além de artigos e traduções, é autor de Espinosa e o cartesianismo (Humanitas, 2004), Amor e desejo (WMF Martins Fontes, 2011) e Geometria do Instituído. Estudo sobre a gramática hebraica espinosana, EdUECE, 2014).